UM BLOG DEDICADO AO SURREALISMO DA MINHA MENTE. COM POEMAS, SONHOS E TEXTOS.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Nero e Eu II



Perdemos o sentido?
Não te dou mais ouvido?
O que há, Nero querido?
Eu que tenho te escondido?
Ou eu que ando deprimido?
A vida confusa e os sentidos.

Não quero calar-te
Não quero afastar-te
De tudo fizeste parte

Nero, amor!
Como se não bastasse o calor
Não bastasse o clamor
Nero, sem ti eu não sou

Uma parte que me faz sonhar
Outra que me faz amar
Todas a me entregar
Estou aqui a desabafar

Dá-me ouvido
Meu querido
Iludido
Aturdido

E assim vamos vivendo
A sua loucura te conduzindo
Minha neurose nos consumindo
Assim vamos nos munindo

Unidos contra o mundo
Contra o meu ódio profundo
No âmago destruído
Num amargurante gemido

Nero, dá me ouvidos?

Eu toco sua lira profana
Eu queimo sua cidade insana
Abraçados ao caos de nossas almas
Aqui Nero, me acalma
Me salva e me toma

E o prazer assim retorna
Na concha infernal que nos deu a forma