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terça-feira, 20 de março de 2018

Ruínas



Há mais beleza nas palavras tristes, nos sentimentos profundos e na destruição. Uma flor é bela por suas cores, por sua representação da vida. E uma ruína? Que sobrevive ao tempo, que carrega uma história, que carrega sua morte e vida a cada dia...? Sou minha ruína, carrego minha bagagem a cada dia, há quem queira terminar de me destruir, há quem queira me registrar. Ali vivo com meu passado e meus pesares, me alimento das lembranças, eu não queria ser um monumento que encerra toda beleza em si mesmo. Sou um símbolo, sou marca de um período, sou o que sempre quis ser...
A ruína dos amores e dos sabores de outrora. Podem me derrubar agora, ali estarei, no solo de qualquer outra edificação. Ser triste é mais profundo, é não se entregar às fúteis insanidades do mundo, é não se conformar, é questionar, é pensar, pensar, pensar... Por que não vieram me implodir? Eles devem enxergar beleza nas ruínas, devem enxergar a si mesmos negando suas frustrações. Sou o monumento da memória dolorosa, que todos tentam se esquecer. Há quem me chame nostálgica, sou apenas fragmentos dos sentimentos que enterrei antes do tempo, um túmulo das experiências não vividas. Sou meu próprio jazigo, me enterro em mim, me encerro em mim, me liberto... Enfim.