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domingo, 16 de outubro de 2011

Almíscar



Alegorias de cores nobres passam por meus sonhos. Imagens pobres e tórridas. Tudo em um único segundo, seguido pelo meu próprio estrondo. E desperto e sua face medonha está a me assombrar. Logo os dois lados de meu corpo se congelam e me recolho na posição que mais me conforta. Até em meus sonhos fujo do convívio, fujo de seu convite libertino.

É com dificuldade que separo minhas pálpebras. Somente para verificar se as entidades se foram. Seu rosto não mais está, mas a ameaça de sua presença é iminente. Dirijo-me com cautela até o espelho antigo e oxidado. Meu corpo se tornou frágil e pálido nesse sonho em sépia.

Meu único desejo é o tédio reconfortante. Como o abraço daquele amante, aquele que nunca foi verdadadeiramente o seu. A cada tilintar de idéias meus olhos se perdem mais e no espelho já não mora.

E eu não tenho mais amigos, nem parentes, nem ente algum. Meus amigos não são mais do que extensões de meus próprios devaneios. Assim como o amante que não veio.

Tudo que se julga vivo, morto estava para meu alívio.



[Almíscar] me lembra dor, sofrimento. Abaixo, como é produzido:

Almíscar - Não Use