UM BLOG DEDICADO AO SURREALISMO DA MINHA MENTE. COM POEMAS, SONHOS E TEXTOS.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Agônico, o Canto - Zé Ramalho

Deixa-me dizer-te o quanto
Eu te quero agora, juro meu amor
Nada me fará temer
Se quando eu te beijo, viro um beija-flor
Todas as palavras ficam
Tão obsoletas quando vou tentar
Algo que contenha a fórmula
Desse desejo louco se queimar
Nossa viagem nunca vai se acabar
Todas mensagens estarão sem afastar
Duas miragens que farão se apagar
Uma imagem num clarão vem acalmar




Uma poesia belíssima sem dúvida. Tocou-me de tal forma, praticamente o que estou vivendo. Me lembra algum movimento literário... talvez... Trovadorismo? Se bem que se fosse, seria cantiga de amor, e nessas o amor é platônico... é, acho que preciso estudar mais!!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Enfim se foi

Sim, eu te guardei em um sorriso secreto,para que assim pudesse curar minha loucura.
Andar sem rumo não resolve mais nada, a dor volta e a confusão aumenta.
Te guardarei mais fundo ainda se for possível, para que não mais apareça em meus pensamentos.
E que um vulto negro tome seu lugar para que possa ter meus devaneios noturnos e adormecer no calor de minha própria alma.

Pode parecer tudo tão vago e sem sentido...
Sim, é assim que está se tornando essa minha vida, pois creio que esvaziando minha essência poderei purificar minha existência.

Quem sabe você também não exista? Não passa de um dos frutos de minha imaginação.
Tal perfeição imperfeita que só pode existir onde nada existe, na ficção de minha mente.
Somente eu sei o quão estranho é... não saber se sabe... não sentir se sente... não entender se entende.

A nuvem negra retorna trazendo toneladas de dúvidas para inundar meu jardim de certezas.
E tudo parece ficar tão pesado e tão calmo, como em um enterro num dia chuvoso. E mesmo assim os anjos insistem em aparecer com sua luz intensa e flutuante.

Parece que nunca acaba... quanto mais saem as águas turvas de meu ser, mais inunda e mais me afogo.


Bi Manson

Colha o dia



Leve-me à livre selva
Deite-me então na relva
Surdos e mudos
Para o tempo e o mundo
.
Silfos sopram silenciosos
Trazem ventos libdinosos
Tudo é branco
Tão nu quanto seu corpo
.
Céu azul celeste
Cena verde campestre
E o mundo não mais existe
Tudo real então, como
Um sonho de verão
.
Vem e traga-me o mel
Vem e arranca-me o véu
Rosas brancas murmuram
E o tempo sussurra
Esperando ser ouvido
.
"Já é tarde!
Já é cedo!"
.
Dias
Horas
Tempo?
Tudo em segredo
.
Somente o céu acima de nós
Nada se ouvia além de sua voz
.
Escuta-se o som do soneto
O martírio do vento
Deseja alisar a grama
Torná-la sua dama
.
Imperatriz das vozes
Silencioso acorde
Tocando as liras
Dançando
.
O céu nos almeja
A grama nos deseja
.
É o alheio
O pão de centeio
A cevada
A vela
.
Estamos a viajar
Pelo tempo
Através das eras
.
Seu cabelo a voar
O vento a nos explorar
Sublime
Sublime
.
Uma tarde bucólica
Uma bebida não alcoólica
E onde fomos?
Se nem nós vemos
.
Você quer outro tipo de amor
E eu vejo em seus olhos
Vejo a pureza
A destreza com que o faz
.
Animais a olhar
Como se jamais presenciassem
Coisa mais pura
E mais libertina
.
É desatino!
É santo!
É pecado!
É pranto...

.

Ode aos amantes
Aos aspirantes...
Se há amor
Há quem o faça
Há quem o receba
Há quem o sonha
Há quem o ludibria

.

Os dois corpos jovens
Deitados na relva molhada
Desgrenhando seus cabelos
Na mais pura selvageria
.
A calma está por vir
A luz enterna que nos cobre
Como um manto ainda úmido
Que se acaba de estender
Vem transformar o cenário


.
Amarelado se torna
Brisa morta e morna
Tudo se apaga
É o sol que se vai
.

Ainda sonhamos
O mais alto que podemos
E temos fé que o dia não acabe
Nunca...
Nunca!

Bi Manson