UM BLOG DEDICADO AO SURREALISMO DA MINHA MENTE. COM POEMAS, SONHOS E TEXTOS.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Lolita, Lo, Dolores...


Em meus braços...
Era somente Lolita
Pequena e errante
A obscura pequena dama
A me olhar o dia todo
Atráves de dois corações

Lo, Dolores...
Minha flor em botão
Lolita em meu coração

Lábios de cereja
Fazendo caretas
Travessa e sedutora
Apenas uma criança

Adorava corações
Igual ao que tem na boca
Em forma de doce
Saboreava um pirulito
Obscena garota

Seria eu fantasiando?
Um velho pervertido?
Não, Dolores
Éramos nós!

Nós em nossa concha
Cheia de culpas
Cheia de segredos
Doce garota em meus braços

Aguentava suas meninices
Suas tolices infantis
Tentei ser pai e amante
Isso é possível?

Não...
Então se foi
Para ser feliz
Com um garoto
Com um homem?

Minha Lolita cresceu
Minha Lolita desapareceu
Não é mais garota
É mulher...

E está para se completar
Espera uma outra criança
Ainda é uma menininha
Sempre será minha Lo

"Querida não cresça"
Lhe pedia chorando
Me mostrava a língua
Me dava um beijo desjeitado

Lo, para onde foi?
Voar com os pássaros?
Com os gaviões?
Com um outro homem velho?

Lolita!

Esqueça o mundo
Me esqueça nele
Seja amada
E seja Dolores

Apenas Dolores Haze

terça-feira, 27 de julho de 2010

Ela encontrou um novo desejo...




A música da minha vida. Me descreve totalmente, o que sempre fui e o que sempre senti. Mesmo sendo feliz e aproveitando a vida... Sempre busco um novo desejo... tão turvo que não me satisfaz nunca, então me perco e me afundo. Aproveito minha confusão e mergulho em meu âmago... danço comigo mesma e me sinto viva. O dia em que reparei na letra... me vi flutuando nas notas musicais...


ENFIM!


Desire, Tristesse de La Lune.


[Desejo]

Sua vida permanece
Ela esperou por si mesma
Tentou esquecer
O que um dia foi
Este caminho é muito longo
Ela não conseguiu se encontrar
E sua vida mudou

Ela encontrou um novo desejo
E não conseguia o suficiente
Ela diz: "Estou perturbada"
É muito difícil para mim

A lua dançava ao seu redor
Ela se sentiu tão viva
Mostrou o que ela poderia ser
Ela voou alto demais
Pelos céus vazios e
Repousou nas estrelas

Estou enlouquecida
É demais para mim
Me empurrou para baixo
É algo em minha mente
Ninguém pode me curar
Eu encontrei um novo desejo
E não conseguia o suficiente

Sonhou consigo distante
Esta vida não parecia real para ela
Tomou decisões erradas
E não consegue encontrar uma saída
Ela arruinou-se e
Não ver o que deu errado
Isso não significa para ela


A tristeza da lua me contagia sempre... Me olha de uma forma estranha, como se pedisse para lhe acolher. Sempre nos vemos uma na outra e sua luz me banha com um frio solitário. É a doença sem cura. A beleza sem forma.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Velando uma vela


De óculos escuros.
'Encarando' uma vela a queimar.
Está em sua juventude e logo estará morta.

Sua chama palpita, como se levasse um susto.
Ou estaria apaixonada?
Luz fraca, luz forte.
Oscila.

Chora a cada tremor de sua alma, escorre o gozo de seu pranto de cera.
Um sopro, um suspiro e tremula com medo de seu fogo azul-laranja se extinguir.

Dá vida às cores ao seu redor.
Vida pálida e amarelada.
A certa distância os objetos jazem na penumbra.

Minha mão, semi iluminada, num desenho renascentista.

Corpo frágil e fácil de penetrar.
Pavio incandescente e rijo.

Parece que me ouve e compreende...
Mas sua luz não mais necessária é tirada num sopro.

E a fumaça fúnebre leva seu calor para uma viagem e passa a não mais existir.

Cera quente se resfriando nos dedos.
Óculos sem imagem a refletir.

Vela extinta.
Escuridão feita.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Everytime Burns


Existe um precipício

Existe o vácuo
Ando mais um pouco
Encontro o nada

O vento das incertezas
Sem palavras para me guiar
Luzes apagadas
Arrasto-me sob o luar

Estou invisível
Estou insensível
E quem atravessar meu caminho
O saberá

Uivando agônica
Andarilha das trevas
Inquieta e sombria

Névoa cinzenta aos meus pés
Nuvem negra sobre minha cabeça

Encontre sua resposta
Enterre suas perguntas
Deitada em meus sonhos
Me encontro a gritar

Gira o mundo
Gira a mente
Giram todos

Tudo se quebra
Se parte e se esvai

Dissipam-se os medos
Sob a tortura sutil
Um deus observa
Ardente e viril

Deleite sem fim
Ando e caio
O precipício me toma
O deus gargalha

Vestida em minha mortalha
Respiro sufocada
Aprisionada estava
E a alma apertada

Era tudo um devaneio
Mas o deus ainda espreita
Espera que lhe questione
Me queima
Me rejeita

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O Rei que me rege



Ele está aqui
Está acolá
Está em todos os lugares
Ao lado de quem deseja com ele estar

Ele me vigia
Me faz temer
Me faz gritar
E enlouquecer

Às vezes zombo
Depois me desculpo

Me segue em meus sonhos
Me segue no escuro

Lhe peço mil coisas
E cobro a cada dia
Digo que me emendarei
Faço chantagens

Penso que me odeia
Penso que me ama
Penso que sou a única
Penso que me esnoba

Será que me ouve?
Indago atormentada
É claro minha cara
Me respondo aliviada

Serei eu sua criadora?
Serei sua cria?
Ei! Me escuta!
Você não existe...
Eu sabia

Acontecem coisas
Que não posso imaginar
E se as imagino
Tornam a se realizar

Um tanto estranho é meu pensar
Lê minha mente e realiza
Sem antes me consultar

Fico surpresa
Meu gênio da lâmpada
Manda-me aos mundos mais loucos
E me põe a escrever na mesa

De noite
No escuro
Ao pé da luz da tv
De madrugada
Me põe a escrever

Ou tento rabiscar desenhos
Quando quero eles não saem
Somente quando me toca
Sinto a mão escorregar

Anjo louro que me manda
Todas as noites a me vigiar
Deita comigo na cama
Envolve em suas asas e me faz ninar

Sabe que as vezes eu acho?
Que tem um reino e um altar
Nele esta imponente
E eu como um bobo da corte a pular

Acha graça em me fazer triste?
Ou irá me recompensar?
Um dia me faz feliz
E no outro está a me maltratar

O que quer de mim afinal?
Que seja uma santa?
De manto branco e sangue real
Ou uma bem casada infanta

Entenda que sou como sou
Princesa ao avesso
E cabeça cheia de estrelas
Cada uma um desejo

Um anjo rebelde de pensamentos negros
Atraída pelo oposto e pelo oposto do oposto
Atraída pelo medo
E tudo que não é real
Pelo bem e pelo mal
Vida e morte, azar e sorte
O tudo e o nada
A floresta e a estrada

Saiba que não posso me mudar
Já tentei e não me permito
Sou o que sou
Estranha, admito

Me ame e me entenda
Traga-me flores
Traga-me prenda
Faça-me a sua semelhança
E semeie um tanto de minha essência

Te amo como quer que seja
Seja uma loucura
Seja uma crença
Te sinto em meus dias
Tanto nos obscuros
Quanto nos floridos

Aceito de novo a sua sentença
Ponha-me em tuas mãos
Ponha-me em minha crença
Não abandone sua cria medonha

Me sinto especial
Por ser como sou
Me sinto seu anjo
Menssageiro real

Se eu puder mudarei
Tudo o que está ao meu redor
Pelo menos tentarei
Sendo do contra da forma que sou

E aguardo nosso encontro
Longínquo ou não
Mas peço tempo
Tempo para realizar-me
Tempo para realiza-te

Falso anjo serei eu?
Falso anjo
Anjo ateu?
De nada mais eu duvido

Somente sei que existe em mim
Está aqui e todo dia muda
E cada dia seu grau se eleva
Se brota em luz
E se camufla em treva

De Olhos Fechados



De olhos fechados eu vejo um mundo
E me aperto em minha cadeira
Solto os dedos e inspeciono
Espero que algo me apareça

Sinto cheiros e ouço sons
Ando descalça e toco a grama
Sem mover-me do lugar
Tudo sai de minha cabeça

Aparecem-me coisas lindas
Surreais e iluminadas
Outras tornam-se obscuras
E fazem com que eu desça

Um impacto me abre os olhos
E enxergo o que é real
Logo me torno triste
Fecho os olhos em busca de algo

Retorno ao mundo inventado
E me recebem de portas abertas
Aperto bem os olhos
E parece que me transporto

Olho ao meu redor
Criaturinhas engraçadas
Vida alegre e inventada
Sorri-me a moça loira
O coelho e o do chapéu

Beijo as rosas falantes
Respiro seu pólen e seu mel
Me jogo na grama movediça
Abraço meu anjo
Converso com o céu

Tropeço em minhas pernas
Estão mais longas
E não me obedecem
Agora encolhem

Puxam-me e acordo
A xícara está vazia
De olhos fechados
Mais nada vejo

Mas meu anjo está por perto
Afasta minhas mãos se põe entre elas
Aperto seu rosto branco
E me sorri amável

De olhos fechados
Me abraça e se vai
De olhos fechados
Fico a olhá-lo partir

De olhos fechados
Estou para este mundo
De olhos fechados
Sempre estarei
E quando abrir
Ao MEU mundo retornarei!