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terça-feira, 13 de julho de 2010

Velando uma vela


De óculos escuros.
'Encarando' uma vela a queimar.
Está em sua juventude e logo estará morta.

Sua chama palpita, como se levasse um susto.
Ou estaria apaixonada?
Luz fraca, luz forte.
Oscila.

Chora a cada tremor de sua alma, escorre o gozo de seu pranto de cera.
Um sopro, um suspiro e tremula com medo de seu fogo azul-laranja se extinguir.

Dá vida às cores ao seu redor.
Vida pálida e amarelada.
A certa distância os objetos jazem na penumbra.

Minha mão, semi iluminada, num desenho renascentista.

Corpo frágil e fácil de penetrar.
Pavio incandescente e rijo.

Parece que me ouve e compreende...
Mas sua luz não mais necessária é tirada num sopro.

E a fumaça fúnebre leva seu calor para uma viagem e passa a não mais existir.

Cera quente se resfriando nos dedos.
Óculos sem imagem a refletir.

Vela extinta.
Escuridão feita.