UM BLOG DEDICADO AO SURREALISMO DA MINHA MENTE. COM POEMAS, SONHOS E TEXTOS.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Colha o dia



Leve-me à livre selva
Deite-me então na relva
Surdos e mudos
Para o tempo e o mundo
.
Silfos sopram silenciosos
Trazem ventos libdinosos
Tudo é branco
Tão nu quanto seu corpo
.
Céu azul celeste
Cena verde campestre
E o mundo não mais existe
Tudo real então, como
Um sonho de verão
.
Vem e traga-me o mel
Vem e arranca-me o véu
Rosas brancas murmuram
E o tempo sussurra
Esperando ser ouvido
.
"Já é tarde!
Já é cedo!"
.
Dias
Horas
Tempo?
Tudo em segredo
.
Somente o céu acima de nós
Nada se ouvia além de sua voz
.
Escuta-se o som do soneto
O martírio do vento
Deseja alisar a grama
Torná-la sua dama
.
Imperatriz das vozes
Silencioso acorde
Tocando as liras
Dançando
.
O céu nos almeja
A grama nos deseja
.
É o alheio
O pão de centeio
A cevada
A vela
.
Estamos a viajar
Pelo tempo
Através das eras
.
Seu cabelo a voar
O vento a nos explorar
Sublime
Sublime
.
Uma tarde bucólica
Uma bebida não alcoólica
E onde fomos?
Se nem nós vemos
.
Você quer outro tipo de amor
E eu vejo em seus olhos
Vejo a pureza
A destreza com que o faz
.
Animais a olhar
Como se jamais presenciassem
Coisa mais pura
E mais libertina
.
É desatino!
É santo!
É pecado!
É pranto...

.

Ode aos amantes
Aos aspirantes...
Se há amor
Há quem o faça
Há quem o receba
Há quem o sonha
Há quem o ludibria

.

Os dois corpos jovens
Deitados na relva molhada
Desgrenhando seus cabelos
Na mais pura selvageria
.
A calma está por vir
A luz enterna que nos cobre
Como um manto ainda úmido
Que se acaba de estender
Vem transformar o cenário


.
Amarelado se torna
Brisa morta e morna
Tudo se apaga
É o sol que se vai
.

Ainda sonhamos
O mais alto que podemos
E temos fé que o dia não acabe
Nunca...
Nunca!

Bi Manson