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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Somente uma xícara


Ele era o tudo e ao mesmo tempo o nada.
Como um vaso chinês que não se
cansa de admirar os detalhes.
Era vazio e completo.
Simples e intrigante.

Uma pessoa acostumada a ser admirada,
elogiada... endeusada.
Eis que entra em sua vida alguém
que apesar da "perfeição" que pensava ser,
não lhe deu muita atenção.

Sua perfeição imperfeita...
ou imperfeição perfeita.
Isso que o diferenciava.
Dissimulado.
Misterioso.
Controlador, dono do jogo.
No começo manipulou...
e acabou sendo
manipulado.

O dono do jogo se tornou
um mero jogador de quinta.
Amarrado.
Submisso,
ainda que relutante.

No fim, pedia para não lhe deixar,
em palavras implícitas.
Mas que ficaria bem se o fizesse.
Mas não esqueceu.

Os dias passados ao seu lado eram frios,
quentes,
todas as emoções em um só instante.
Mil afinidades,
mas tudo tão... normal.

Apesar de não ser um cara muito comum,
excêntrico!
Falava coisas que se gostaria de ouvir,
proporcionava experiências extra-sensoriais.
De outro mundo.

Só podia ser de outro mundo.
Porém se tornou enfadonho como qualquer outro
que cruza seu caminho.

O zero absoluto e todas as coisas não
explicáveis estavam em sua essencia.
Uma presença que marca mas que não
deixa rastros.
Estando ao seu lado sente-se uma certa saudade,
mas na sua ausência pode até não se lembrar de
sua existência.

Foi um último encontro que me fez conhecê-lo bem.
Apenas avistá-lo e ser avistada.
Nunca conheci alguém assim...

Que quando lembrado é um círculo vazio,
quando tocado se torna o inesgotável,
algo que não cansa de ser explorado,
de explorar.
Como se o círculo duplicasse
e no enlace se forma o símbolo do infinito.

Uma xícara de chá...
quente, aconchegante.
Um aroma indescritível,
um sabor inigualável.
Mas não passava disso,
de uma xícara de chá,
que esconde todo o prazer
em seu último gole.

Bi Manson