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quarta-feira, 10 de março de 2010

Descanse em paz


Parei em frente seu túmulo
O vento levava minhas lágrimas
As rosas vermelhas repousavam
E um frio rasgou-me a alma

Não mais chorarei
Meu coração tem uma chave
Que contigo se foi
Não mais amarei

Sentada na grama
À sua espera
Um milagre generoso,
Para alguém que ainda te ama

Leve minhas mágoas
Meus devaneios
As noites mal dormidas
E tudo que anseio

Não mais viverei
Respirarei somente
Todos os dias da minha vida
Se tornarão uma cruz

Hei de carregá-la
Pois assim desejei
Quando pedi que em minha trilha
Tropeçasse em seu caminho

Foste a pedra em meu sapato
Foste a primavera em meu jardim
Foste o sol do amanhecer

Carregue as tristezas contigo
E a sensação de vida vazia
Os sonhos e os risos
Leve contigo

Em cima de sua lápide
Aqui ficarei
A esperar alguém chegar
Algo melhor que ti

Para que possa enterrar
Todas as nossas lembranças
Vagas e mentirosas
Não passaram de ilusão

Que os anjos te levem pelas mãos
Que encontre a luz para sua escuridão

Quanto tempo parada aqui
Passei a olhar-te de outra pespectiva
Com desesperança
E uma oculta expectativa

Meu semblante desolado
Assiste você partir
O tempo voa de meus braços
Para mais longe deve ir

Nunca volte para mim
Se for por um não
Nunca volte

Levanto e me vou
Viro e dou adeus
O pranto não escorreu
A lápide estava em branco
E você não estava morto
Bi