UM BLOG DEDICADO AO SURREALISMO DA MINHA MENTE. COM POEMAS, SONHOS E TEXTOS.

domingo, 21 de agosto de 2011

Amarras

Estou segura
Dentro do olho do furacão
Longe das imagens aterradoras
Eu não consigo me ver nelas

Minhas linhas de pensamento
Se materializam
Enforcam-me

Um grão de areia
Que é expulso do furacão
Lançado a toda velocidade
Se juntará com outros
E se torna novamente areia

Olhos perdidos
Luz e ruído
Trancafiada
Numa caixa vermelha

Fui presa pelas minhas paixões
Perco o sentido e o desejo
Me chicoteiam até que a carne se solte
Mascarados e sorridentes
Todos eles me odeiam

Sente-se o drama de suas palavras
Fui apenas a cortesã rebelde
Que se acanha e não se abre
Que cospe nas mãos que vieram lhe despetalar
Mas sorri num prazer secreto

Garotas virgens na mira
Aquelas por quem esperei
Canto tântrico de liberdade

A caixa se abrira
A luz me devolve a visão
E as paixões se dissolveram
Resta um, o que tem a espada nas mãos
Irá me decepar
Ainda assim sorrio em agradecimento

No final ele morre
Pois se eu me vou
Deixa de existir em mim

Apenas cinzas de um incenso
Seu odor que se espalha
E morre em seguida

Não passou de ferida
Que se cura e se mata
E não mais desata
Pois já cicatrizou

Nunca existiu agora
E no passado não mora
O vácuo, o nada
Que ainda assim incomoda

Me desamarra, me solta!