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domingo, 18 de dezembro de 2011

Carta à demêcia

O mundo se desfez em questão de segundos. Você estava a me olhar de longe. Como sempre esteve. Eu cansada dessa monotonia, desse desenrolar todo. Suas palavras sempre me soam como santas e quando as ouço encontro um caminho. Você foi meu deus em alguma era. E as vozes em minha cabeça se excitam com o som de sua voz e sua melodia.

Eu não fui anexada ao mundo dos outros. Estou sozinha e à parte, minhas cicatrizes abrem a cada acorde de sua guitarra maldita. E mesmo suas palavras que escondem tantos significados, me soam vazias.

Ao meu redor somente pessoas vazias, cheias daquilo que não serve para nada. Sem atitude, sem ideologia, somente o que as leva de um lado para o outro. EU ODEIO e o ódio impregnou em mim. Com todos esses anjos ao meu redor, todas as cartas ilustradas com formas angelicais, eu sinto o puro ódio de ser uma fracassada nesse mundo tão idiota.

Agora que encontrei sua xérox quebrada é tardio... muito tardio, pois fui contaminada pelo bicho da verdade, das paredes de vidro, que enxerga as coisas e não passa por cima delas. Evolução!!!!

Eu os odeio! Esses que não saem de seus lugares, que não fazem nada, que me atrapalham.

Eles iriam preferir que eu estivesse morta mesmo. Eu me sinto linda às vezes e fútil e mascarada para me igualar à eles, para fugir da minha neurótica visão do mundo.

Você sempre esteve aqui para me salvar e me reerguer, quando penso que sumiu... Você vive num canto obscuro da minha mente doentia. Da minha mente fantasiosa, desse teatro que existe aqui nessa caixa cheia de massa e sangue.

Te odeio por me fazer assim, por aumentar as vozes na minha cabeça. Eu odeio o amor eu amo o ódio, isso foi o que aprendi contigo! Satisfeito?

E não mais vou sorrir quando o demente voltar, quando me perturbar. Quando vier com sua vida vazia, se encaixar na minha, quando quiser fornicar! Que vá fornicar com o diabo!

Para o inferno!

O tanto que evoluí e me pacifiquei em poucos dias, tudo quebrado. Se assim queria, conseguiu. BASTARDO!!!

Eu me entupo de remédios para olhar para a sua maldita cara! Eu pago analista para poder te ouvir e não vomitar! Eu te odeio por ter que te odiar. Porque é tão patético que eu gosto de me afrontar.

E você, meu deus da loucura. Quando estou para cair me empurra do precipício, empurra-o também. Que se espatife. Vou rir!

Vou rir de você se mijando de medo de mim, porque no fundo sei que é um completo covarde, nada mais do que completo.

Sua torre gigantesca não te garante o direito de ser dono de tudo ao redor, presunção... Acomodação. Como pode ser tão nulo? Não enxerga sua própria merda em meio a toda essa realeza, ao seu olhar superior.

Nasceste à semelhança do meu deus, mas ele vale de algo, ele é completo, ele tem tudo o que você não pode sonhar em ter. Você é o bobo da corte que nos faz rir.

Está dopado por essa sociedade de merda! você não serve para mim você é uma droga! Eu não gosto das drogas, mas elas gostam de mim. Seu merda!

Eu grito palavras de baixo calão e depois me toco intimamente, sou tão imunda quanto a sua cara de culpa, dor ou de ser que não sabe se expressar. Deveria se vender para valer algo.

Por fim, sei que vai voltar com sua demência. Não digo que será tarde, será cedo... terá vindo cedo demais para assistir suas própria morte. Não me subestime, hipocrisia não faz parte do meu repertório, enfie suas malditas palavras doces em seu rabo.

Foda-se seus atos inúteis e suas tentativas frustradas de me domar de alguma forma. Ele criou um monstro, uma fera que vai te estraçalhar, com um doce sorriso angelical no rosto.

Eu já estou aí dentro, já te parasitei como um verme. Mesmo que se livre de mim, estarei em suas entranhas quando morrer, quando sentir as dores vai lembrar da minha existência que para você não passou de nada. De verme mesmo.