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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Duplicado - E os anjos sobem

Estou vazia e com sono, como se houvessem me roubado algo.
Feliz? Sim, um pouco. Animada? Não.

Passaram por mim e levaram algo. Não sei o quê, mas sinto falta.

É como se o novo me irritasse, como se eu não desse os devidos espaços para que as coisas aconteçam, é o medo. Aquele medo que te faz se guardar em uma caixa mofada.

Vozes ao ouvido, como se pedissem socorro, era um quase sonho? Foi real? Me amedronta, me instiga, me faz encolher-me numa posição fetal. E então meu herói vem e me salva, aquele com quem partilho noites, dias, alegrias e tristezas. Revele seu nome e o tatuarei! Pela eternidade!

Não me amedronte, assim não poderei ajudá-lo. Não me chame na cena noturna em lugares vazios, na escuridão do meu quarto, enquanto tento repousar.

Se precisa de ajuda, o ajudarei, venha de outra forma. Se é maligno, somente rezarei por ti. Para ficar em seu lugar, para não me perturbar, também sei ser má e sei acabar com o seu sossego. Posso te mandar para o inferno, posso te tirar de lá.

Não me magoe e não me engane, pode ser começo de esquizofrenia, só um especialista pode diagnosticar.

Sei que alguém me guarda, que me protege e não deixa forças estranhas me atacar. Já me rendi a algumas experiências que julgo serem sobrenaturais, mas que necessitava no momento.

Pois esse momento passou e o oculto me encanta no papel e em suas letras miúdas. A simbologia me atrai. E só, energias a parte. Anjos no céu e demônios no inferno... eu aqui entre os dois mundos, me deixe em paz e seguir meu rumo.

Seria trágico acabar tendo uma doença mental por causa de vozes que perturbam, que existem e que sussurram... que podem não ser reais, mas são.

Não me confundem, já disse que o que cuida de mim me anestesia e não me deixa vulnerável. Pobre de vocês, que não tem a quem correr, nem quem cuide-os.

Pobre de vocês... seja lá qual for a intenção, rezo e peço a cura. Não cuidarei de vocês, não os abrigarei, não os salvarei, apenas quero me livrar do que pode se tornar um estorvo... para ambos.

Procurem a luz, não em mim, mesmo que pálida sei que os atrai. É uma cilada, eu posso ser pior do que aquilo que vocês temem, eu tenho força ao contrário de vocês.

Somente andem e não olhem para trás, tudo passa e os pesares cessam. Acreditem e verão.

Eu não sou a boa samaritana e não peço um desafio. Sumam e tomem seus respectivos rumos. Não posso te encarar, mas posso te destruir.

Mas não há nada que um divã e uma caixa de tarja preta não resolva. Acabo com vocês!


[Nero estava comigo. E sua lira não pôde tocar. Te revelo. Te decifro. Te queimo]