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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Óculos



Meus óculos permitem vê-lo.
São mágicos, mas necessitam reparo.
Ultimamente opacos. E quando os tiro, o breu se faz.

Não importa para onde tento olhar.
Sempre tem algo incômodo, querendo me cegar.

Não quero ter que tirá-los e ficar no breu.
E as luzes não se deixam alcançar.
Fogem de minha retina.

Antes enxergava perfeitamente.
Sem óculos mágicos, sem opacidade.
Contemplava a bela figura, o dia todo.

Agora não prestam mais.
Terei que me desfazer...
Pena, era tão bonito!

Eu caminho e nada vejo. Nada me interessa.
Mas alguém veio em minha direção.
Parou em frente a mim.
E tudo tomou um novo rumo.

Eu andava cabisbaixa e a luz refletida não me permitia ver.
Esse alguém me ergueu o queixo. E me limpou as lentes.